domingo, 7 de novembro de 2010



Meu primeiro amor foi o Edward.
Sim sim, esse mesmo, do filme Edward mãos de tesoura.
Eu assistia na sessão da tarde e dizia que eu casaria com ele.E que não me importaria por ele ser do jeito que fosse e deixaria ele cortar meu cabelo, cortar minha grama e fazer minhas noites mais felizes com aquela neve que ele fez pra Winona.
Desde pequena já amava pessoas diferentes, que me provassem que o mundo não era só aquele modelo perfeito que toda a mídia insistia em mostrar.
Acho que continuo admirando o Edward, apesar de achar meu antigo amor por ele infantil e imaturo. Mas meio que moldou a pessoa que sou hoje, moldou meu modo de amar as pessoas que eu amo e moldo o meu modo de ver o mundo.

Ainda me ouço falando assim:
Eu abraçaria você mesmo que isso me machucasse, mas só por ter certeza de que, ao sentir meu abraço, você se sentiria melhor Edward. Você se sentiria feliz e amado e teria certeza de que eu estou do seu lado. Agora e depois, pra sempre.

Imagine meu choque quando me disseram que ele não existia…
Não foi só o meu primeiro amor, mas minha primeira perda.

Faz tempo

Lembrei que tenho blog.
Busquei meu nome no google e achei o link, lembrei a senha e simplesmente entrei no meu mundinho, de novo.
Tá muito tumultuado lá fora, muitos trabalhos, afazeres, preocupações, brigas familiares, a notícia de que vou ser titia, a viagem das férias, à volta as aulas depois daquilo que sofri no semestre anterior, o arrependimento por ter divulgado aquilo pra todo mundo( eu não conseguiria viajar sem me sentir um pouco melhor, e aquilo foi uma tentativa de vingança que não deu certo), a escolha de cursar uma outra universidade, o aparecimento de pessoas novas na minha vida, o reencontro com aquele amor proibido a tanto tempo esquecido, o reencontro com amigos com os quais eu tinha saudade.
Faz tempo que não desabafo aqui. Ou guardei tudo em mim e sufoquei pro fundo do meu inconsciente, ou joguei fora por aí, em algum lugar. Só sei que estou bem e sobrevivendo e só vim dizer que voltei, agora bem mais felizinha do que magoada.
Prometo me comportar dessa vez, sofrer discretamente, desabafar com cautela. Aprendi que certas coisas devem continuar guardadas e que as pessoas terão tudo o que fizerem de volta pra elas , mais cedo ou mais tarde. Isso me faz ter esperança, me faz continuar a caminhar.
Mas caminhar até quando? até onde? em que direção?
Se eu tiver tempo continuarei vindo aqui, registrando cada passo. Agradeço a quem lê, de coração, não deve ser nada legal ouvir desabafos alheios. Mas todo mundo tem o seu então eu acho que 50% de mim é perdoada pelos outros justamente por isso.

Até outra hora.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Tiago




"Não sei se o mundo é bom
Mas ele ficou melhor
Quando você chegou
E perguntou:
Tem lugar pra mim?"


Hoje deveria ser um dia especial pro mundo tanto quanto é especial pra mim.
Há anos atrás, um garoto nasceu numa cidadezinha no interior do Paraná. Poderia ser mais um como tantos outros que nasceram naquele dia,mas ele definitivamente não era "só mais um".
A parte injusta da história é essa.. ele nasceu longe demais. Longe demais pra que eu reconhecesse seu sorriso, lhe desse um abraço apertado, compartilhasse histórias e dividisse risadas e choros.
Os anos se passaram e as tecnologias se desenvolveram, surgiu a internet. E com ela, as rede sociais envoltas em mundos de faz-de-conta.
Não me orgulho nem um pouco de ter me escondido durante anos nesses mundinhos virtuais, muito embora diga com toda certeza que valeu muito à pena por uma única razão: -Driblei a distância e conheci aquele menino, daquela cidadezinha tão distante da minha.
Ao conhecer o menino,muito na minha vida mudou. Minha alegria e sorrisos se tornaram constantes, o simples fato de um alô no telefone se tornava tão nervoso e engraçado, a troca de sms's incessantes faziam com que nos sentíssemos numa conversa um ao lado do outro.Era tão bom.
Como toda amizade, já tivemos brigas, às vezes brigas feias. Eu e minha ironia incontrolável que só o machucava.Já fiz drama, sumi, fugi dele.Naquele tempo eu nao entendia que ele era eterno pra mim, e já estava tão impregnado no meu coração e na minha cabeça que , por mais que eu tentasse fugir, eu nunca conseguiria ficar longe por tanto tempo.
Cão e Gato no sentido mais puro, sem aquela tão visada rivalidade, mas naquela amizade diferente, tão linda, tão necessária.
Tiago, só você sabe quantas reviravoltas a gente teve né?
E o que eu sinto por você, nem todas as palavras do mundo seriam capazes de expressar.Mas, por enquanto, é só elas que eu tenho.
Obrigado por ter sido essa pessoa tão presente na minha vida, tão mais presente que qualquer outra pessoa que esteja geograficamente mais perto.
Obrigado por sempre correr atrás de mim quando eu tentava fugir de você.Eu me arrependeria pelo resto da vida se eu não tivesse você como amigo. Eu não seria completa.
Obrigado por todos os momentos felizes, tristes, engraçados e reflexivos que compartilhamos juntos, tanto no mundinho imaginário como no real.Muitas vezes, só o que eu preciso pra sorrir é ver você, não importa o quão mal eu esteja. É ..você tem o poder!
E acima de tudo, obrigado por ter me encontrado naquele dia.Hoje eu seria uma pessoa totalmente diferente se não tivesse conhecido você e eu particularmente me prefiro assim, agora, com tudo o que aprendi, venho aprendendo e ireii aprender na convivência contigo.
Eu sei que sou boba, chorona e muito pateta e nem sei mandar presente direito pra você. Mas fiz tudo isso pra te mostrar o quanto você é importante pra mim. Embora também soubesse que eu não precisava dizer nada, porque você sabe disso muito bem, não sabe?

Feliz aniversário Tiago,eu amo muito muito muito muito você.





"Não sei o quanto o mundo é bom
Mas ele está melhor
Desde que você chegou
E explicou
O mundo pra mim"

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Altruísmo, a arte de sorrir ao fazer alguém sorrir(ainda que você chore escondido).


" Homem de Vidro: Nesses anos todos , o único personagem que ainda não conseguir captar... é a moça do copo de água. Ela está no centro e ,no entanto, está fora.
Amèlie Poulain : Ela parece distante, talvez seja porque está pensando em alguém.
HV: Em alguém do quadro?
AP: Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar e sentiu que eram parecidos.
HV: Em outros termos prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.
AP: Ao contrário, talvez tente arruma a bagunça da vida dos outros.
HV: E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai por ordem?"



É, eu acho que vou pro céu.
Não que eu não cometa pecados, ou que não minta, ou não faça, de vez em quando, alguém sofrer... Quem dera eu ser isenta de todas essas culpas.
É que de uns tempos pra cá, tenho tomado atitudes bem menos egoístas em relação ao mundo ao meu redor.(Me desculpe professora de psicologia, mas nesse caso usarei o 'tomado atitudes, ao invés do construído atitudes')
Não que seja fácil ver o homem que você amava tanto, estar com aquela garota que você tanto odiava. Ou que você não chegue a ficar triste pelas pessoas não reconhecerem seu esforço ou sua ajudinha indispensável naquele dia. Ou descobrir coisas que você não deveria ter descoberto e ainda assim guardar só pra você, por saber que se disser aquilo aos outros, muita gente sírá machucada.
É difícil, bem mais difícil do que a Pollyana deixa transparecer no seu cotidiano"jogo do contente" ( Se você nunca leu
Pollyana, tá na hora de ler).
Acho que a única que deu a noção certa de quanto essa habilidade "altruística" de ver o mundo é dura, foi a Amélie Poulain. (Como assim? Você nunca assistiu "
O fabuloso destino de Amèlie Poulain ? tsc)
Me lembro de ter me identificado com ela logo de início, pois a decisão dela de tentar esquecer seus próprios problemas e investir na ideia de tentar fazer os outros felizes me parecia bem.. bom, a minha cara.
Sempre fugi de problemas.Ou deixo eles sem solução, ou inacabadamente solucionados. E já magooei muitia gente por isso (parte das culpas que não posso ser isenta).
Mas peraí né, eu to resolvendo o problemas dos outros poxa, eles ficam felizes depois disso, e eu ftambém fico feliz depois disso. Não fico?

Depende.

Tudo nos filmes e nos livros é maravilhoso, até as tristezas tem começo meio e fim. Quando a Amélie sofria,nos sabíamos que aquele sofrimento ia terminar, porque o filme tinha que acabar bem.

Mas e eu? E as noites que fiquei sem dormir, chorando por ele? E a insensibilidade das pessoas que nunca fiz mal, e continuam me magoando, apesar de um dia eu já ter feito elas sorrirem? E as brigas familiares que poderiam ter um fim , ainda que trágico, se eu revelasse tudo o que agora sei? O que eu faço com tudo isso? hein?

A vontade real era de encontrar aquele anjo da morte do filme Click , que me fizesse passar toda essa parte difícil e ir logo pra parte boa, a parte em que todos estivessem sorrindo, e eu também.(Tá tá, eu sei que o controle ficaria viciado, eu não aprenderia as lições importantes da vida, fica no automático, bla bla bla, mas é só um desejo poxa.)
É nessas horas que eu penso, que ainda que eu tenha que chorar escondido, ou as vezes chorar do nada, no lugar mais improvável possível,ou tenha que amargar por noites a fio, chorando pela mesma pessoa que eu amo mas que acho um grandissíssimo idiota por não sentir nem um pingo de culpa pelo que fez comigo, isso tudo vai passar.
Não em minutos como no filme da Amèlie Poulain, nem no final do livro, como no caso da Pollyana e nem com ajuda de um controle sedido por um anjo da morte, como em Click.

Mas no tempo certo.

É, soa meio utópico e otimista demais, eu sei.
Mas eu quero mesmo acreditar que isso tudo vai passar.
E eu ainda vou sorrir com tudo isso.
(não sei se perceberam, mas até tentei dizer que consigo sorrir ao ver ele com ela, mas a verdade é que, na única vez que tentei sorrir, chorei mais uma noite inteira, então.. preciso de mais um looongo tempo.)
Bom, estar ajudando certas pessoas com pequenas felicidades tem me feito esquecer meus egoísmos e minhas infelicidades, é difícil sim, mas estou adorando tentar.
E no fim, tudo vai dar certo pra mim, ah vai...

sábado, 6 de março de 2010

Desabafo.

"Don't be another barbie doll,
Be who you are and remember;
Beauty is not in the face;
beauty is a light in the heart."

Esse é o problema de se importar com a opinião alheia. Você sempre tem que corresponder expectativas, ser o que esperam que seja e sua aparência tem que corresponder ao que a maioria acha aceitável. Se não for assim, você será ignorado.Como se o ignorar fosse algo indolor, quando, sinceramente, não é.Mesmo.
Tenho sim, sérios problemas de me aceitar como sou. Às vezes me pego pensando que tudo seria diferente se eu tivesse o cabelo de um jeito, o corpo de outro, o nariz afinado e não existisse essa estúpida tendência à engordar. Aí paro e reflito.. Tem pessoas que possuem realmente motivos pra não se aceitarem, por terem problemas locomotores, visuais ou qualquer outro aspecto que o diferencie das ditas como 'pessoas comuns' e eu realmente me envergonho por querer ser diferente, mesmo tendo tudo perfeitamente saudável no meu corpo.
Mas essa sensação de não adequação ao mundo não nasceu comigo... Foi a sociedade que impôs. Sabe como?Olhe ao seu redor.. Mas olhe de verdade. Está nas revistas, nos comerciais de televisão,no preconceito nítido de cada uma das pessoas. Consegue ver?
Se não consegue, sorte a sua,Não é tão bonito ver ,não.
Existem pessoas que nascem belas e perfeitas, pra elas a vida será mais fácil, serão bajuladas, serão mimadas, se não tiverem tudo o que quiserem acabarão conseguindo sem muito esforço por usar esse artifício como ajuda. Mas e o resto? E as pessoas que não são tão belas assim? que não tem aquele cabelo impecavelmente liso, nem o corpo impecavelmente esculpido? Devem mesmo ser deixadas de lado por serem diferentes desse padrão estético idiota?
Me perdoem se eu estiver errada, mas digo que não.
Existem várias frases clichês nesse sentido: ' Ah, o que importa é o que você tem por dentro'. Pra mim é uma frase realmente linda se fosse realmente levada a sério. Como não é, digo que é hipocrisia, pura.
Se você ao menos uma vez na vida sentiu o que estou sentindo agora, um conselho.
Não se importe com o que dizem, se valorize, seja quem você é(embora isso pareça muito óbvio) sem nenhum medo do que os outros possam pensar sobre você. Seja feliz apesar dos olhares críticos, das comentários irônicos e das risadas sarcásticas.
Se é difícil? É difícil até pra mim,mas acredito sinceramente que vá dá certo se eu me esforçar mais... Vale a pena tentar.

É.. foi um desabafo. '-'

Concluindo enfim com a oração da Gestalt terapia , indicada pela minha professora de Psicologia. (Também com palavra óbvias, mas verdadeiras que expressam um resumo de tudo o que falei.


Eu faço minhas coisas,
você faz as suas
Não estou neste mundo para viver de acordo com as suas expectativas
E você não está neste mundo para viver de acordo com as minhas
Você é você e eu sou eu
E se por acaso nos encontramos, é lindo
Se não, nada há a fazer.
(Perls)

quarta-feira, 3 de março de 2010

Oinc.


Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.

(Antoine de Sant-Exupery)
Conheci ela por acaso, num vai e vem de observadores de perfil. Começamos a conversar e vi que era uma garota especial, daquele tipo de amiga que você quer do seu lado toda hora sabe?
Mas ainda era cedo...
Ao conversar mais com ela percebi o quanto se diferenciava de mim. Ela tinha a coragem que me faltava, a ousadia, o amor próprio e a segurança que eu tanto admirava em outras pessoas mas que nunca conseguia ter. E ainda que parcialmente diferentes, éramos, completamente iguais.
Hoje digo, com toda a certeza, que ela é uma grande amiga pra mim. Esteve comigo em todos os momentos, me inspirou , me ensinou o que é certo fazer, como agir, como ter a força e a vitalidade que ela tinha. Ela fez de mim uma pessoa bem melhor, só por estar por perto.
Podem chamá-la de Nana, Metric ou apenas Victoria.
O certo seria chamar de anjo.
Obrigada por ser essa amiga maravilhosa, por me ouvir nas horas que mais preciso, planejar comigo vinganças contra os idiotas que nos magoaram, sonhar com uma viagem à Vancouver para nós patinarmos e nos naturalizarmos coreanas, chinesas ou japonesas. e ganharmos as próximas olimpíadas. HAUSHUAHUSHUA. Obrigada mesmo.
Você fez uma grande diferença na minha vida, e tenho certeza que continuará fazendo.
Não sei se meu jeito tagarela-quieto, meio aloka, contribuiu de alguma forma pro seu sorriso, mas tenha toda a certeza de que ter uma amiga como você do meu lado já vale uns mil sorrisos viu?
Feliz aniversário Victoria-panda-nana-melhor-amiga-de-todo-mundo!


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Crenças pessoais



Quando eu era pequena acreditava em sonhos.
Acreditava em príncipes, em contos de fada , em desejos de estrela cadente..
Acreditava em fantasmas, em bonecos assassinos, em dragões voadores, em cachorros falantes..
Nunca me avisaram que acreditar nas coisas boas da infância doía tanto..
Nunca sequer disseram que se eu crescesse com essas crenças elas iam me traumatizar, pois eu procuraria por todo canto alguém que me entendesse, alguém que me acompanhasse, alguém que fizesse tudo o que eu acreditava se tornar real... e não encontraria.
E eu venho chorando todas essas noites, procurando um jeito de me recompor, de seguir em frente, de dizer pra mim mesma que apesar de todas as dificuldades.. tudo vai dar certo.
E vem mais um dia intruso e doído me colocando pra baixo me dizendo que sou sonhadora demais, que idealizo demais, que meus sonhos não passam de ilusão e que tudo o que eu quero, eu nunca vou ter.
Não peço mais nada além de um dia a dia regado de sorrisos, nem preciso de castelo, minha casa está boa, quero amigos de verdade, daqueles que durem eternamente em nossos corações e ao nosso lado, quero um amor verdadeiro, carinhoso e sincero que não meça esforços pra me fazer feliz, como não medirei pra fazê-lo. Quero a paz de uma tarde tranquila, que mesmo com todas as preocupações no fim do dia, eu ainda tenha um motivo pra sorrir.
É pedir muito? -eu pergunto- Será que não mereço nada disso?

É aí que uma vozinha dentro de mim sussurra baixinho:
- E em mim, você acredita?
Respiro profundamente e digo.
Em você eu nunca deixarei de acreditar... dona esperança.
NUNCA.